Acabei – como milhares de outras pessoas inscritas no mail list desde a campanha – de receber um e-mail de Barack Obama comemorando a aprovação da lei de “Recuperação e Re-investimento Americano”.
Enquanto isso, as medidas tomadas pelo governo brasileiro contra a crise – inclusive os recursos do Tesouro transferidos para o BNDES e alocado seja lá segundo que critério – não foram sequer discutidas ou analisadas pelo Congresso e Senado. Foi uma canetada. O Presidente nem precisou convencer àqueles que deveriam nos representar mais diretamente, o Poder Legislativo.
Diante dos últimos debates – pós entrevista de Jarbas Vasconcelos à VEJA – sobre a degradação da comunidade política no país, podemos nos perguntar se isso não iria atrapalhar mais do que ajudar. Talvez para os analistas de bitolas, sim. Mas se o Poder Legislativo não tem a responsabilidade de fato em fazer o que, a princípio, precisa; o que resta? Troca de interesses e de negociatas? Qual o incentivo de alguém sério entrar em um Congresso e não ser consultado sobre o que fazer com os recursos públicos em momentos de crise e de necessária discussão?
As palavras de Jarbas, bem como o eco provocado por elas, estão reverberando em um princípio básico da democracia representativa: a divisão de poderes e a responsabilidade de cada um deles.
Voltando às diferenças, Obama quer que as despesas do TARP estejam disponíveis na internet para todo cidadão ter acesso. Hoje, os deputados federais negaram discriminar detalhadamente como e onde gastam os 15 mil reais mensais de verba indenizatória. Mais diferenças?
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