Em sua última edição, a Revista Época lançou uma matéria intitulada “A Disneylândia de Aécio Neves“, referindo-se às obras do novo Cidade Administrativa do governo mineiro. O título dita o tom da reportagem, como também o pobreza de seus argumentos.
A Cidade Administrativa é um projeto da primeira gestão do governador mineiro, quando ainda queria viabilizá-lo por meio de uma parceria público-privada (PPP). Portanto, consta no planejamento estadual há algum tempo. A sociedade mineira já discutiu e aprovou o projeto. Não caiu de pára-quedas. Além disso, para viabilizar um investimento desse montante, foi preciso primeiro arrumar as contas do estado e promover a melhoria gerencial (Choque de Gestão).
Agora, que o projeto está em execução, com orçamento disponível e dentro do cronograma, temos que escutar argumentos simplistas como esse. O exemplo da execução avançada do projeto é um bom sinal, ao contrário do que acontece com o PAC – com seus vexaminosos 3% de execução. A má execução de projetos públicos tem dois nomes: custo de oportunidade (para a sociedade) e incapacidade executiva (do governo).
Se o jornalista queria fazer uma matéria boa, perdeu a oportunidade. Talvez poderia dizer o quanto este projeto está relacionado ao “Choque de Gestão” – já que é uma obra-síntese dele. Ou então, poderia analisar por que a obra custará R$1,2 bilhão ao invés dos R$500 milhões iniciais (de quando é a previsão?).
Se quer apreciar a arquitetura do projeto mineiro, que aprecie. Se quer investigar e criticá-lo, que o faça também. É um bem público. Mas usar argumentos infantis em uma revista de circulação nacional, parece mesmo pegadinha da Disneylândia…
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