Há praticamente um mês estava programado do Presidente do Paraguai, Lugo, vir fazer uma apresentação aqui no Banco Mundial em um seminário sobre economia latino-americana. Com seus problemas de paternidade indevida, naquele momento, cancelou. Foi substituído pelo então recém-eleito Presidente de El Salvador.
Funes chegou quieto, algumas pessoas começaram a se levantar. Até que o Presidente do Banco Central Chileno, José Gregório, que estava fazendo uma apresentação no momento, reagiu brincando: “não sei quem chegou, mas parece ser importante”.
Estava certo. É importante para a América Latina que tenhamos políticos democráticos que foquem na área social, mas que não estejam com a cabeça na década de 60.
Funes fez um discurso direto e lúcido. Para alguns, nada surpreendente. Para outros, especialmente os que conhecem a história recente e a economia política do país, o novo cenário político pareceu animador. A transição foi feita de maneira bem conciliadora. O novo presidente convidou a oposição – derrotada e há muitos anos no poder – para participar das discussões sobre os novos rumos do país. Uma atitude a la Obama.
Em sua posse, há dois dias, fez questão de citar o novo presidente norte-americano, representado pela Secretária de Estado Hillary Clinton. Alguns jornais brasileiros reclamaram Lula não foi citado no discurso de posse – já que o Presidente brasileiro teve bastante influência na campanha, indicou o marqueteiro João Santana e mantém relações próximas com o novo Presidente. Fez bem em não citá-lo, pois causaria ciúmes na região. Porém, no discurso que fez há poucas semanas, que tive a oportunidade de presenciar, o nome de Lula foi citado como símbolo de uma transformação “responsável” na América Latina.
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