Um passada pela Colômbia

Conhecemos pessoas e, de maneira geral,  imaginamos como seria o lugar donde vêm. Passar poucos dias na Colômbia foi suficiente para entender melhor meus amigos que lá nasceram e suas histórias. De uma maneira singular, deu para compreender – em cores e movimentos – o atual contexto político latino-americano e sinais de nosso passado.

Recentemente a Colômbia apresentou bons resultados macroeconômicos e sinais de melhora na briga contra o tráfico de drogas. Por isso, Uribe é ovacionado. Recentemente, acometido pela vaidade descontrolada, vem trabalhando nos bastidores para que seja aprovado o seu terceiro mandato. O principal oponente de Chavez na região dá sinais que pode seguir caminho mal traçado pelo opositor… um para direita, outro para a esquerda… e a democracia para o retrocesso…

De qualquer maneira, o povo colombiano parece viver um tipo de renascença. A confiança no país aumentou, há orgulho de se carregar as cores da bandeira nos pulsos jovens. Investimentos domésticos e estrangeiros seguiram o mesmo humor. Há novas construções espalhadas pela cidade.

Mas nem tudo é festa. A segurança de muitos é baseada em uma forte militarização do país. Parece que ainda vivemos nos tempos de Santander, quem diria que, assim como estampado no prédio das Forças Armadas do país, “a mesma arma que nos deu a independência será aquela que nos dará a liberdade”. O contexto é outro. A arma de hoje é financiada pelo governo norte-americano. Semana passada estava discutindo com meus amigos do governo norte-americano sobre as bases militares de seu país que deverão ser implantadas na Colômbia. Cheguei ao Brasil e foi o que vi em todos os jornais. Lula e Bachelet, presidente do Chile, foram os primeiros a discordarem. Estão certos.

Por outro lado, indícios de que governos da Venezuela e Equador têm provido armas às FARC são claros. Recentemente o governo da Suécia identificou que armas produzidas por empresas escandinavas foram parar em mãos de pessoas da FARC. Detalhe: só havia vendido à Venezuela.  Lula e Bachelet pouco falam sobre isso.

A América Latina continua, em certa medida, contraditória, católica e politizada – militarizada também. Colômbia tem sido uma boa fotografia dessa época. Mas não basta somente criticar os Estados Unidos. Há muito que se resolver internamente na região. Mãos à obra?

1 IMG_5006Foto: HL.

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Uma resposta para “Um passada pela Colômbia”.

  1. Avatar de Catalina Quintero
    Catalina Quintero

    Felicitaciones por este articulo Humbi! Congratulations! As a Colombian away from home and as your friend (happy to be included), I think you have captured in your article the essence of the dichotomy of a country where life is lived intensely, courageously and fully; but where this same experience and the extremes that characterize the political, religious, cultural and even geographical nature of the nation cause the violence and sociopolitical problems that are so hard to find a solution to. I am part of the Colombian diaspora that left for these reasons and now long to go back and make a difference. Your article motivates me to continue with this dream.
    Thanks for your balanced perspective.


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