Culinária é como se fosse química. Cada prato é uma equação. Porém, há um compenente artístico de quem pilota o fogão. É este componente, refletido na disposição da comida no prato, na forma de preparo e/ou algum tempero característico, que atribui não só o charme, mas também a credibilidade do cozinheiro. Naturalmente, é preciso consistência ao longo do tempo para o chef ser reconhecido como tal.
O governo federal, orquestrado por Mantega, está errando na receita da política fiscal. Semana passada, o Banco Central alertou no relatório de inflação que o aumento dos gastos governamentais poderá pressionar a inflação. Ontem, José Roberto Afonso publicou um ótimo artigo no Estadão destancado que o governo, sim, errou na receita. Um dos maiores problemas apontados é que a desoneração fiscal foi significativa e sem planejamento, o que poderá fazer com que as contas não fechem no futuro.
Em nome da crise e da políticagem, as pressões dos setores mais organizados foram atendidas e o Ministério da Fazenda gaba-se de estar fazendo uma política anti-cíclica e keynesiana. O que parece é que o Ministro não calibrou bem os ingredientes da receita. Sem charme e tampouco credibilidade, parece que Mantega colocou muita manteiga em um receita que precisava de mais massa.
Deixe um comentário