Meirelles está de partida. Os relatórios políticos dos bancos de investimento estão dando um peso político maior ao Presidente do Banco Central do que ele tem de fato: em votos. Alguns acham que ele empresta “credibilidade” para a Dilma, por exemplo. O eleitor médio brasileiro não entende muito de mercado financeiro. Mas entende de crises, inflação e crescimento econômico, pois sente na pele. Se Meirelles começar a dizer que foi o grande responsável por tudo isso, onde estaria o papel de Lula e sua gerente favorita? Certamente este discurso funcionaria em seu estado natal, Góias, mas não na esfera nacional. Por outro lado, empresta credibilidade para um público mais esclarecido – o que infelizmente é minoria em nosso país tão desigual – e para financiadores de campanha.
Sabemos que Meirelles fez um bom trabalho. Parabéns. A pergunta que faço é quem irá substituir Meirelles a partir de 2011, sob o novo mandato presidencial? Eu tenho uma sugestão que ultrapassa as fronteiras partidárias PT-PSDB: Fábio Barbosa.
Diziam os jornais na época que quando Lula assumiu a Presidente ele o convidou para comandar o Banco Central. Era presidente do Banco ABN-Real, o qual foi vendido para o Santander durante a crise. Fábio Barbosa não somente teve a maestria de virar presidente do Santader (caso raro do presidente da organização comprada subir ao posto da nova empresa), como também fazer esta semana a maior operação de abertura de capital da história da Bovespa: 14 bilhões de reais.
Durante a crise, enfrentou alguns momentos de estresse com a mídia e com o próprio governo, que queria que os bancos privados abaixassem o spread bancário. Com presidente da Febraban, Barbosa não somente explicou o porquê do problema, como também fez sugestões concretas de como diminuir o risco sistêmico para que a redução do spread ocorresse de maneira sustantável – e não oportunista, como os banco públicos fizeram seguindo ordens de cima.
Aparte do mundo bancário, o Barbosa levou a causa do meio-ambiente como estratégia de responsabilidade social do Banco ABN-Real e de mudança comportamental. Ficou famoso por isso.
Sucesso empresarial a frente de um dos maiores bancos em operação no Brasil e reconhecido senso ético parece ser uma combinação perfeita para um presidente do Banco Central com a credibilidade recomendada. Portanto, Fábio Barbosa seria um ótimo nome.
Além disso, creio que não deixaria nenhum governo em março de 2014 para concorrer a qualquer cargo eletivo…
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