Ao visitar ou se mudar para um lugar novo, é comum olharmos pelo caminho percorrido e estabelecer comparações. Uma querida professora de História do Colégio Dante Alighieri, onde completei o ensino médio em São Paulo, sempre me dizia que os mineiros temos a mania de trazer nosso mundo para qualquer lugar que vamos.
Se é assim, assim será.
Quando morava nos Estados Unidos costumava fazer uma simples regra-de-três entre as maiores cidades daquele país e do Brasil. Guardada as proporções, Nova York estaria para São Paulo, assim como Los Angeles estaria para o Rio de Janeiro, Chicago para Belo Horizonte e Washington para Brasília. Nova York – São Paulo e Washington – Brasília são mais fáceis de entender a comparação devido ao tamanho e à atividade econômica. Rio de Janeiro e Los Angeles assemelham-se por serem centros televisivos repletos de celebridades. Cultua-se a aparência demasiadamente. Chicago e Belo Horizonte são cidades grandes e interioranas que foram erguidas pela agro-pecuária e, hoje, possuem foco na indústria e, sobretudo, no conhecimento para serem competitivas frente às demais.
Há seis meses, mudei-me para Suíça. Com a vida entre Genebra e Zurique, preciso admitir que o ar das montanhas e o gosto por queijo e vinho (e não cachaça, neste caso) me faz sentir praticamente em casa. O homem das montanhas é um homem pensativo, desconfiado e meticuloso. Os suíços não são diferentes – embora sejam muito mais introspectivos que os mineiros. Gozam de outro nível de desenvolvimento econômico, mas mantêm comportamento comuns, como a admiração pela diplomacia e humildade.
Claro que estamos falando aqui de estereótipos. Mas eles também têm seu papel nas conversas de botequim e em posts de final de semana. Afinal, quem às vezes não se cansa de falar de política e economia? Ainda mais em tempos de Guerra.
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